Alarmes

Este material, elaborado pelo Patrick Gonçalves, tem por objetivo informar e orientar seus leitores quanto ao funcionamento dos sistemas de alarme e suas características, além dos serviços de monitoramento 24 horas a eles associados, inicialmente de forma genérica, ou seja, sem mencionarmos marcas ou modelos, falando apenas do que elas possuem em comum e seus princípios de funcionamento e aplicações.


Para entendermos o funcionamento dos sistemas de alarme microprocessados precisamos saber, antes de mais nada, que são sistemas modulares, cujo dimensionamento e composição dependerá basicamente do resultado da análise de risco do local a ser protegido e o conhecimento técnico da aplicação dos elementos sensores e demais dispositivos.


É na análise de risco que serão determinadas as vulnerabilidades do imóvel a ser protegido, os acessos convencionais e os não convencionais, as áreas vitais, a atratividade, os horários de funcionamento, as permissões de acesso, o histórico do local e de outros similares, as dificuldades e facilidades existentes para uma ação delituosa, o perfil da ação, o tempo necessário para esta ação, etc.


A partir deste estudo, quantifica-se os elementos necessários para a proteção que visa, justamente, reduzir este risco (é importante frisar que não estaremos eliminando o risco, mas reduzindo-o a patamares toleráveis), determinando desta forma quantitativamente e qualitativamente os equipamentos, a quantidade e tipos de zonas, a necessidade de criação de partições, além de determinar como todas informações serão processadas e tratadas.


Todos os sistemas partem de uma composição básica, cujo conceito é o mesmo ao aplicado aos sistemas maiores e mais complexos, e está dividido basicamente em três seções:


  • Dispositivos de Entrada –Sensores
  • Processamento – Central
  • Dispositivos de saída – Locais e Remotos

  • Dispositivos de Entrada
Todo dispositivo de entrada tem um método de detecção, e fornece em sua saída um contato aberto ou fechado que estará ligado à central, seja através de fio ou por transmissão via rádio freqüência (RF), sendo que a alteração deste estado natural (aberto ou fechado) abrirá uma zona da central de alarme e poderá iniciar um processo de alarme (caso o sistema esteja armado ou se esta determinada zona estiver programada para trabalhar em regime 24 horas - ex. acionador de pânico, que gera sinal de alarme independente do status do sistema – armado ou desarmado).


Dentre os dispositivos de entrada existentes, os mais comuns são os sensores magnéticos, os de infravermelho passivos (IVP), os infravermelhos ativos (IVA), os sensores acústicos para quebra de vidros, os detectores de incêndio, os sensores para cofres (som e impacto associados) e os acionadores de pânico e de emergências médicas.


Dada a importância do conhecimento técnico para que possamos dimensionar corretamente os dispositivos de entrada, vamos detalhar à seguir cada um dos tipos mais comuns:


      • Sensores magnéticos
Este é o tipo de sensor que tem o menor índice de falso alarme, pois seu funcionamento é estritamente físico, não possuindo circuito eletrônico. É formado por duas partes, uma fixa com dois contatos metálicos levemente afastados dentro de uma pequena cápsula de vidro com seu interior fechado à vácuo (red switch), e a outra móvel composta por um imã. Quando as duas partes se aproximam, o campo eletromagnético formado pelo ímã faz com que os contatos metálicos dentro da ampola se toquem (no caso dos sensores normalmente abertos – NA) ou se afastem (no caso dos sensores normalmente fechados – NF), alterando seu estado inicial e informando à central esta alteração. Vale salientar que quase a totalidade dos sistemas trabalha com sensores normalmente abertos (NA), mais comuns e mais baratos. Baseado neste princípio de funcionamento, os sensores magnéticos são basicamente utilizados para diagnóstico de abertura e fechamento de portas e janelas, podendo ainda ser utilizados em gavetas ou similares.


Denominamos gap à distância que o imã pode se afastar do contato sem abrí-lo, e esse valor é um dos principais fatores que determinam a qualidade do sensor, sendo que quanto maior o gap menor a possibilidade de falso alarme.
Com o passar do tempo, portas e janelas podem empenar e estas folgas podem gerar falsos alarmes, que serão evitados com um sensor magnético de qualidade com um bom gap.


Existem alguns tipos de sensores magnéticos para aplicações específicas, que garantem melhor desempenho e acabamento, dentre os quais:
 
 

Sensores magnéticos de sobrepor : Como o nome sugere, as duas partes são sobrepostas na porta ou janela , ficando aparentes. São aplicáveis a portas e janelas de vidro, de madeira, alumínio, pvc e demais materiais, contendo por vezes fita adesiva para colagem rápida e abas para parafusos ou rebites.

Instalação: A parte do sensor magnético que tem os dois fios do contato são instalados na parte fixa (batente) e a parte do imã fica na parte móvel.
 
 

Sensores magnéticos de embutir: Este modelo já lhe proporciona um melhor acabamento e segurança, já que as duas partes estarão dentro da porta ou janela, sendo aplicáveis normalmente a portas e janelas de madeira. Exige um pouco mais de trabalho na instalação que é justificado pelo resultado final.

 

 

 

Sensores magnéticos de piso: Também chamados de sensores industriais, possuem alta resistência mecânica e excelente gap, sendo aplicáveis nas portas metálicas e portões em geral, portas de enrolar e locais com grande variação e folga.

 

 

 

 

 

      • Sensores de infra vermelho passivos
Com princípio de detecção volumétrica, conhecidos no mercado como detectores de movimento, os sensores de infravermelhos passivos ou IVPs são responsáveis pelo maior índice de falsos alarmes dos sistemas de segurança eletrônicos atuais, pois seu método de detecção pode abranger elementos não desejáveis, devendo ser observadas com critério as características técnicas e principalmente o ambiente onde serão aplicados.



Possuem circuito eletrônico e portanto devem ser alimentados ou pela central ou por bateria auxiliar (em caso de sensores sem fio), e são considerados passivos porque somente recebem infravermelho, não emite ou sai absolutamente nada deles.


Todo sensor de infravermelho passivo, independente da marca ou modelo, tem como elemento principal um componente capaz de captar a intensidade de infravermelho do ambiente e transformá-lo num sinal elétrico.
O sensor retira amostras do ambiente, cujo alcance e abertura angular são determinados por sua lente e, baseando-se no fato de que todo corpo (animado ou inanimado) emite infravermelho, ele se estabiliza com a quantidade de infra vermelho do local. Estabelece assim um nível padrão e, caso esse nível ultrapasse o limite de tolerância o sensor altera seu estado inicial e informa à central sua detecção.



Supõe-se que o que fará essa alteração de estado é justamente a emissão de infravermelho proveniente do corpo humano, cuja intensidade é maior que a do ambiente. Por isso é muito importante ao instalar um infravermelho passivo que o coloquemos “enxergando” um ponto de referência, como uma parede por exemplo, para estar sempre captando infravermelho à partir de um ponto estável. Vale salientar que a própria variação natural de calor do ambiente faz aumentar a emissão de infravermelho de um corpo, sendo desenvolvida em grande parte dos sensores atuais a compensação automática de temperatura, que eleva gradualmente o nível de tolerância conforme a elevação gradual do sinal elétrico.


A segunda premissa da instalação de um infravermelho passivo é colocá-lo numa posição que faça com que uma pessoa passe transversalmente pelas áreas criadas por sua lente, aumentando sua eficácia.



Caso essa movimentação se dê em direção ao sensor, e não transversalmente, a detecção ficará menos sensível e a alteração de estado só se dará a uma distância menor do sensor, embora ela ocorra, sendo previsto atualmente pela totalidade dos fabricantes de sensores de infravermelho passivos.



Podemos observar, nos exemplos anteriores, que existem dois feixes de amostra do ambiente. Isto deve-se ao fato de que dentro de cada sensor existirem dois elementos, um positivo e outro negativo, sendo necessário que ambos captem a variação para que haja a detecção. Em alguns modelos mais simples com elemento único os alarmes falsos são inevitáveis, dependendo do ambiente onde são aplicados, sendo recomendáveis para estas aplicações sensores mais evoluídos e sofisticados, que chegam a até quatro elementos num único sensor.



Quando instalado num canto de parede (90º) temos um excelente aproveitamento do sensor, conforme a figura abaixo:



Ângulos das lentes passíveis de serem utilizadas e áreas de cobertura dos IVPs


Wide angle-2 lens


Wide anlge-3 lens


Wide angle-4 lens


Wide angle-5 lens


Extended wide angle-1 lens


Extended wide angle-2 lens


Curtain-1 lens


Pet alley lens


Long range-1 lens


Long range-2 lens


Long range-3 lens


Long range-4 lens



  • Sensores de infra vermelho passivos com microondas (Dualtec)

O processo de detecção do infravermelho irá funcionar como um modelo passivo normal sendo que neste tipo de sensor foi acrescido um emissor de microondas que funciona com o princípio do efeito doppler, onde as ondas de microondas que são emitidas deverão refletir e retornar em uma certa freqüência. Como a água do corpo absorve as microondas este sinal não retornará ou retornará em freqüências diferentes, gerando a detecção por microondas. O corpo humano é composto por 70% de água, sendo facilmente detectado.




  • Sensores de infra vermelho ativos
Os sensores de infra vermelho ativos são compostos por um elemento transmissor e um receptor, postos em linha de visada em distâncias máximas que variam de acordo com o modelo, de forma que, enquanto o receptor estiver recebendo o(s) feixe(s) de infravermelho do transmissor seu estado inicial permanecerá inalterado. Caso algum objeto interrompa este(s) feixe(s) o estado se alterará, informando à central esta alteração.


Existem atualmente diversos fabricantes, com diversos modelos e características, desde infras ativos simples (de um único feixe) às barreiras de múltiplos feixes (quatro ou mais). Normalmente, o mais usual na aplicação de proteção perimetral, sobre muros, em alambrados e vãos livres é o Infravermelho ativo de duplo feixe, que já possui, em grande parte dos modelos, o ajuste de sensibilidade que determina o tempo de corte simultâneo dos dois feixes necessários para gerar uma alteração de estado. Nestes modelos, as distâncias máximas também variam de acordo com o modelo e são diretamente proporcionais ao investimento necessário para sua aquisição – quanto maior a distância mais caro o par de sensores, variando atualmente de 30 a 250 metros.


Exemplo de infravermelho ativo de duplo feixe:





O ajuste nos sensores é feito através de duas peças móveis, permitindo um ajuste fino, tanto na vertical quanto na horizontal.


      • Acionadores de pânico
Os acionadores de pânico são simples dispositivos que, quando acionados, mudam de estado e informam à central tal alteração. Podem ser fixos (com fio) ou remotos (pequenos transmissores RF tipo chaveiro) e geralmente são conectados de forma independente numa zona da central de alarme programada para funcionamento ininterrupto (zona 24 horas) e silencioso (sem disparo das sirenes). Significa dizer que, independente do status do sistema de alarme (não importa se está de dia e o mesmo está desarmado com todas as portas abertas ou se armado com todas as zonas fechadas) o sistema, quando acionado, não gerará disparo audível (zona silenciosa), mas ativará o modem interno da central para o envio desta informação para uma central de monitoramento 24 horas.


Vale salientar que a instalação de um ou mais acionadores de pânico silenciosos só é valida quando associada ao serviço especializado de uma central de monitoramento 24 horas.


A zona poderá ainda ser programada como audível, num segundo botão, por exemplo, permitindo gerar um disparo imediato se acionado (utilizado para espantar um intruso que esteja, por exemplo, tentando entrar pelos fundos mas ainda não passou por nenhum sensor e não rendeu nenhum dos colaboradores).


Modelo de acionador de pânico fixo mais comum

Modelo de acionador de pânico fixo anti acionamento falso.



- Impossível disparar alarmes falsos
- Mais confiabilidade no seu sistema de alarme
- Alta Qualidade no produto com alta resistência a impactos



Transmissores Remotos de Pânico / Coação Remotos


São responsáveis pela transmissão dos sinais em caso de pânico e/ou coação, emitindo um sinal de rádio freqüência aos receptores.





Receptores Remotos de Pânico / Coação


São responsáveis pela recepção do acionamento dos transmissores remotos, estando interligados à central de alarme e recebendo as informações via Rádio Freqüência (RF) normalmente a 433MHz. Para fins de segurança, o antigo sistema de codificação por corte de junpers foi substituído pelo sistema code learning, onde é necessário cadastrar um a um os transmissores válidos na receptora. Pode ser de um canal apenas (só a função de pânico silencioso) como de mais canais (normalmente até quatro canais).